Não sinto nada
Não era suposto sentir?
Dou sem receber
De início preencheu-me
Agora intriga-me
Sinto-me um trapo
Velho e roto
O lixo é o meu destino final
Tenho tantas palavras
Consigo estruturá-las
Luto todos os dias
Quero mais palavras
Novas estruturações
Quero explicar melhor
Quero ser capaz
Enconto as palavras
As estruturações
Explico mais vezes
De formas diferentes
Junto as palavras novas
Junto as palavras velhas
Junto as velhas com as novas
Estruturo tudo outra vez
Pego nas novas estruturações
Pego nas velhas estruturações
Misturo as estruturações
Misturo-as, as velhas com as novas
Estou perdida nesta imensidão
Sozinha neste labirinto crescente
Eu avanço um passo, fico contente
Mas o avanço é uma ilusão
A cada avanço meu, o labirinto duplica
Não há fuga possível, eu perdi
Encurralada para sempre, privada de alegria
Tudo é tão demasiadamente negro
Vida assim não é vida, não tem sentido
E a vida tem um sentido tremendo
Basta acordar todos os dias e sorrir
Sorrir imediatamente, sorrir logo
Antes mesmo de abrir os olhos
Respirar e sentir a força desse acto
Parece tão simples e banal, não parece?
Mas não é, é um acto grandioso
Encerra Amor, Amor graças ao qual
Acordamos todos os dias e sentimos
É tão simples...basta seguir esta simplicidade
Basta seguir esta grandeza, seguir o Amor
Se o fizermos, esta coisinha pequena e fácil
Se sorrirmos e amarmos profundamente
Tudo na vida sairá bem
Os problemas vão fugir de medo
Eles não aguentarão a alegria e o amor
O labirinto vai dividir-se em dois
Vai dividir-se a cada avanço que eu der
E aí chegarei ao fim, num ápice
E aí um novo mundo se abrirá
Um Mundo colorido, perfumado
Um Mundo cheio de flores e passarinhos
Onde o Ser Humano se funde com a Natureza
Onde o Amor reina na simplicidade da sua grandeza
E é tão fácil...nem é preciso pensar, basta sentir
Quero fugir para este Mundo novo
Quero lá ficar para sempre
Longe do velho Mundo
O Mundo onde se pensa demasiado
O Mundo onde se perdeu o carácter
O Mundo onde se perderam os valores
O Mundo onde o Ser perdeu o Humano
O Mundo onde o mesmo Ser se perdeu
O Mundo das pedras sujas e ignorantes
E porque falo do mundo se me refiro a ti?
Falo do Mundo porque foste o meu Mundo.
E foste porque teimas em ser pedra
Foste porque não queres renovar-te
Foste porque era tão fácil e mesmo assim..
Foste porque pensei que me amavas
Foste porque pensei mal, tanto tempo
Foste por esse tormento que me deste
E que nunca me largará...
BemVindos
Neste cantinho é muito simples...recostem-se bem...inspirem, expirem...isso...continuem, estão mais calmos? Estou certa que sim, mas eu quero mais, ainda mais calma e abertura de espírito...estão prestes a embarcar nesta viagem pelos meus pensamentos mais poéticos...e olhem que isto do poético pode ser tão intenso que atrofia...LOL...por isso inpirem e expirem de novo para que depois desta difícil leitura possam também mostrar um pouco da vossa veia poética e brindar-me com um comentário inspirado!! :-)
18 agosto 2009
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2 comentários:
Está muito bem escrito, profundo e sentido.
Lindíssima, esta prosa poética - ou poema em prosa, não sei bem como lhe chamar. Gostei muito. Lembra-me aquela grande canção da grande Elis Regina - "Vou pegar um mundo novo, vida nova/fazer de tudo e todos bela lembrança/deixar de ser só esperança/e por minhas mãos lutando, me superar".
Parabéns.
M.
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